PROPRIETÁRIOS DE TIGRES BRANCOS EM CATIVEIRO SE VALEM DE CRUZAMENTOS ENTRE CONSANGUÍNEOS PARA LUCRAR.

Os tigres brancos são tão raros na natureza e foram vistos apenas algumas vezes na história registrada, com o último tigre branco selvagem conhecido morto em 1958. Sua raridade pode ser porque o alelo recessivo é o resultado de uma mutação única ou porque tigres brancos não têm camuflagem adequada, reduzindo sua capacidade de perseguir presas ou evitar outros predadores.

O tigre branco é "um escândalo da natureza" que por sorte genética ocorre quando dois tigres laranja com formas recessivas raras de um gene, chamadas alelos, são cruzados e procriam. 

                                                 

Mas eles são abundantes em cativeiro. Por serem tão raros na natureza,  os exploradores de zoológicos de beira de estrada, expositores e colecionadores procuram manter as populações de tigres brancos com o objetivo de gerar lucro. 

Para continuar a produzir tigres brancos, os pais são criados com seus filhos, os irmãos são criados uns com os outros e outros animais intimamente relacionados são criados uns com os outros também. Na verdade, acredita-se que todos os tigres brancos em cativeiro nos Estados Unidos sejam descendentes de um único tigre de Bengala macho chamado Mohan , cruzado com um tigre laranja e depois com sua filha daquela criação.

A prática de endogamia contínua continua até hoje - não por zoológicos credenciados pela Associação Americana de Zoológicos e Aquários (AZA), que a suspendeu em suas instituições membros há uma década, mas principalmente por empresas comerciais amplamente não regulamentadas que usam tigres brancos.

Após, cerca de 11 gerações de tigres estão sofrendo as consequências de uma extensa endogamia, que produziu resultados trágicos. A mortalidade neonatal entre filhotes de tigre branco pode ser alta e aumenta com o grau de endogamia: um estudo mostrou que mais de 80 por cento dos filhotes endogâmicos intensamente morreram logo após o nascimento. A consanguinidade forçada de tigres brancos em cativeiro também pode levar a uma redução do tamanho da ninhada e menor expectativa de vida, bem como a uma série de problemas de saúde, como deficiência visual, defeitos cardíacos, deformidades espinhais e faciais graves e sistema imunológico frágil. 

Tigres brancos criados em cativeiro não têm absolutamente nenhum propósito educacional ou de conservação. Sua falta de diversidade genética, alto grau de endogamia e aflições físicas resultantes removem a eles e sua prole de qualquer programa de liberação hipotético. Esses animais não têm lugar em nenhum programa de conservação, o que explica por que nenhuma organização de conservação legítima hoje apóia a criação de tigres brancos pelo fato desses animais não poderem ser reintroduzidos em seu habitat natural e caçar como os demais da espécie sem a alteração genética dos tigres brancos.

Quando o público desavisado aceita as falsas alegações de conservação de um expositor e paga para ver ou lidar com um tigre branco, eles estão perpetuando, sem saber, a consanguinidade irresponsável, o manejo populacional deficiente e as práticas de exploração,  quando expositores cobram dos visitantes em locais de entretenimento para brincar com os filhotes.

A cultura pop romantizou a criação de tigres e outros grandes felinos de uma forma terrivelmente prejudicial. Agora que nossos olhos coletivos estão abertos para o que precisamos fazer para proteger esses animais magníficos, devemos mitigar sua maior ameaça: os humanos.