A PESCA INDUSTRIAL DE ARRASTO DIZIMA RECIFES DE CORAIS E AS ESPÉCIES BENTÔNICAS ( QUE VIVEM NO FUNDO) NA NOVA ZELÂNDIA.

Estudo mostra que mais de 5 mil toneladas de corais foram destruídos em um ano na Nova Zelândia.

A pesca industrial é insustentável no mundo. As empresas de pesca não sossegam enquanto não acabarem de vez com a vida marinha. Se existe consenso entre especialistas sobre os malefícios de algumas das artes de pesca ele se refere à pesca de arrasto, modalidade não seletiva que além de matar a vida marinha, destrói, arrebenta com os ecossistemas. Agora um estudo mostra que em um ano 5 mil toneladas de corais, o mais importante ecossistema marinho, foram depredados apenas na Nova Zelândia pela modalidade. 
                                           


O site neozelandês www.stuff.co.nz informou, em agosto de 2021, que o novo relatório revelou que mais de 5.000 toneladas de corais, alguns provavelmente com mais de dois milênios de idade, foram raspados do fundo do mar por redes de arrasto em apenas um ano. 

Os recifes de corais são considerados o mais importante ecossistema marinho, comparados às florestas tropicais por sua biodiversidade. Cerca de 1/4 de todas as espécies de peixes dependem deles para sobreviver. E os corais já estão pressionados pelo aquecimento global e consequente acidificação das águas dos oceanosNem assim o arrasto de fundo é proibido. Que não reclamem quando a pesca acabar. 

Amostras de corais de áreas usadas para pesca de arrasto identificaram o coral negro com até 2.600 anos e coral bubblegum com até 500 anos (o coral chiclete recebe esse nome por causa da aparência: geralmente são de um rosa brilhante e os pólipos na extremidade de seus ramos lembram chicletes). 

Significativamente, o relatório também descobriu que os seis navios da Nova Zelândia atualmente autorizados a usarem redes de arrasto de fundo no alto-mar do Pacífico Sul pertenciam a empresas que haviam sido condenadas por pesca ilegal em áreas fechadas no passado.

As pesadas redes de arrasto ‘aram’ o subsolo marinho liberando gás carbônico sequestrado da atmosfera e depositado no fundo do mar, em mais um serviço sistêmico prestado pelos oceanos: os maiores sumidouros de gás carbônico do planeta.

Cerca de 1,2 milhão de quilômetros quadrados de habitat do fundo do mar nas águas da Nova Zelândia já estão fechados para a pesca de arrasto de fundo.Resta saber se o governo terá coragem de fechar toda a sua ZEE à mais destrutiva modalidade de pesca, seguindo o exemplo de Portugal e abrindo a porta para que outros  países adotem a ideia.

Comentários

  1. As pesadas redes de arrasto ‘aram’ o subsolo marinho liberando gás carbônico sequestrado da atmosfera e depositado no fundo do mar, em mais um serviço sistêmico prestado pelos oceanos: os maiores sumidouros de gás carbônico do planeta.

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  2. A pesca ilegal precisa ser tratada com mais rigor e abrangência em todos os países do mundo.
    Redes de arrasto é uma covardia não somente com os peixes, elas destroem a fauna e flora marinha e tudo que está no caminho.

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