CULTIVAR BIVALVES E ALGAS MARINHAS É A FORMA SUSTENTÁVEL DE "ESCUTARMOS A VOZ DOS OCEANOS" CONTRA A MUDANÇA CLIMÁTICA.

Bivalves, como mexilhões, ostras, amêijoas e vieiras, junto com as algas marinhas, não requerem alimentação ( são seres filtradores do plâncton) , fertilizantes ou antibióticos. É melhor para os ecossistemas que eles geralmente fiquem parados. 

Podemos afirmar que cultivar bivalves e algas marinhas é possivelmente a colheita mais sustentável que temos do mar.  Uma única ostra pode filtrar mais de 50 galões de água por dia, o que aumenta exponencialmente quando acompanhada por um recife inteiro.

Nos últimos anos, vimos avanços em alternativas à alimentação de peixes, normalmente compostas de proteínas vegetais , que podem conduzir a manipulação genética e comportamentos, até mesmo convertendo certas espécies de carnívoros em onívoros. Embora esse comércio possa parecer eficiente em comparação com animais terrestres, como gado, a questão permanece: por que não estamos enfatizando alimentos com zero de insumos?

As pessoas comem salmão e atum, então vamos na piscicultura e criar salmão e atum. Mas esse é um paladar selvagem.  Quando você realmente pergunta ao oceano o que crescer, ele diz, 'por que você não cultiva coisas que não nadam e coisas que você não precisa alimentar. Isso é o que é único no oceano como espaço agrícola. É muito simples. ”

Quando Smith ( especialista em agricultura oceânica)  ainda tinha cerca de 20 anos, ele começou a perceber que as populações de peixes estavam desaparecendo constantemente. Era hora de procurar outra produção sustentável no mar. Minha jornada é a jornada de vários colapsos ecológicos no oceano”, diz Smith.

Eu estava na linha de frente da catástrofe climática relacionada à sobrepesca com a moratória de 1992 sobre a pesca do bacalhau do Atlântico, resultando na perda de empregos de aproximadamente 30.000 pescadores e trabalhadores de fábricas de peixes.

O pensamento geral, dos pescadores era: qual é a maneira de permanecer no oceano? Qual é a maneira de morrer no próprio barco um dia?                                                       

                        As condições não naturais da criação,  muitas vezes  é anti-higiênica na piscicultura e geralmente levam a um aumento nas doenças. Não é incomum que peixes de viveiro sejam devastados por infestações de piolhos do mar , entre outras doenças bacterianas e vírus que se espalham rapidamente por cardumes inteiros. O resultado pode ser um impacto econômico para o produtor ou um produto perigoso para os consumidores - ou ambos.

Pior ainda, vírus, parasitas, pesticidas e matéria fecal não tratada contaminarão as águas circundantes e, por fim, se espalharão pelas populações selvagens vizinhas. Quando cultivadas em alto mar, as populações selvagens podem permanecer ilesas de potenciais fossas.

O cultivo de mexilhões remonta ao século 13 e é tão especial porque tem uma pegada muito baixa”, disse Birgit Cameron, diretora global da Patagonia Provisions. “Requer praticamente zero entradas. Sem feeds. Sem fertilizantes. É realmente aproveitar ao máximo uma importante fonte de alimento de uma forma que não cause danos. ”

Uma equipe de cientistas e grupos de ativistas regionais, a Patagônia identificou uma região na Galiza, Espanha, conhecida pelo cultivo de mexilhões saudáveis. A parceria entre pescadores espanhóis e fábricas de conservas permitiu à Patagonia Provisions produzir uma lista de mexilhões enlatados, conservados e defumados em uma variedade de azeites e especiarias.

Quando Smith abraçou pela primeira vez a agricultura oceânica regenerativa, ele rapidamente percebeu que havia poucos recursos para aqueles que queriam aprender; GreenWave nasceu.Com o GreenWave, estamos tentando treinar a próxima geração de agricultores oceânicos”, disse Smith. “Nosso foco está em duas comunidades principais. Um são as populações indígenas e o outro são os pescadores afetados pelas mudanças climáticas. ”

Smith aprendeu que as fazendas marinhas devem ser possivelmente mais biodiversificadas e sustentáveis  aquelas que incluem bivalves e algas marinhas. Com o cultivo de mexilhões, ostras, amêijoas, vieiras e várias espécies de algas marinhas, essas fazendas estão imitando a coluna d'água e dando vida aos oceanos e cursos d'água. Mas convencer as pessoas a incorporar algas em sua dieta não foi fácil no início.

Se feito da maneira certa, a agricultura oceânica regenerativa não apresenta riscos claros - e apenas benefícios. Mas, como muitos setores com fins lucrativos, existe a preocupação de que essa indústria possa ser assumida por grandes empresas.

“O que precisamos fazer é dar vida ao oceano e ao nosso ecossistema - e há plantações que fazem isso.”Acontece que bilhões de pessoas em todo o mundo dependem de frutos do mar capturados na natureza e cultivados como uma importante fonte de proteína.  

   

O problema é que mais de 90% dos estoques globais de peixes estão muito sobreexplorados ( sobrepesca), o que levou à aqüicultura a um outro patamar considerando moluscos e algas..