NA COPA DAS ÁRVORES DA AMAZÔNIA AINDA ESTÃO SENDO DESCOBERTOS INSETOS QUE AINDA NÃO FORAM DESCRITOS E CATALOGADOS.

A entomologia, o estudo dos insetos, tem sido um campo importante da biologia. Mas, por razões óbvias, a pesquisa de campo com insetos é mais frequentemente realizada perto do solo ou em baixas altitudes. Mas um estudo feito a 32 metros de altura, ou 105 pés, na copa das árvores no meio da Floresta Amazônica, resultou em uma descoberta surpreendente: cerca de 60% da densidade de insetos na região é encontrada na copa, a 8 m (26 pés) e superior. Além disso, a maioria das espécies e até gêneros inteiros ainda não foram descritos pela ciência.

                                     

Um novo estudo coletou dezenas de milhares de insetos do dossel da floresta tropical na Amazônia brasileira e descobriu que 60% dos espécimes ocorrem a uma altura de 8 metros ou mais,uma riqueza inestimável na diversidade de insetos na Amazônia.

Esse levantamento difere da pesquisa convencional com insetos, que geralmente é realizada no nível do solo, pois dá mais atenção à diversidade vertical da floresta, desde o solo até a copa das árvores.

Pequenos e muitas vezes imperceptíveis ao olho humano, os insetos desempenham um papel vital para o equilíbrio das florestas tropicais.

Os insetos apareceram a mais de 400 milhões de anos, muito antes dos humanos”, diz Dalton de Souza Amorim, pesquisador da Universidade de São Paulo. “Eles participaram da evolução dos ambientes naturais e são vitais nos processos de reciclagem e manutenção dos ecossistemas, controlando populações de outros animais e plantas, polinizando e servindo de alimento para outras espécies. Sem insetos, não haveria vida nos ambientes terrestres como os conhecemos hoje. E sem eles também não haverá ambientes naturais.”

Pesquisadores citaram insetos predadores que encontraram, com números diferentes em cada faixa de 8 m. Havia também insetos parasitas, muito mais abundantes acima do dossel do que ao nível do solo, bem como espécies cujas larvas se alimentam de fungos.

A próxima etapa do projeto poderá envolver mais de 400 pesquisadores do Brasil e do exterior, em três localidades diferentes da Amazônia. A ideia é entender quantas espécies de insetos e a porcentagem de espécies de várias ordens vivem em uma única área de floresta tropical.

O  foco global crescente é a conservação da biodiversidade, ainda há muito que permanece desconhecido sobre a riqueza das espécies que vivem em uma floresta como a Amazônia.