A MATA ATLÂNTICA EM PARTE DE SÃO PAULO PERSISTE POR UM "ANJO" QUE CRIOU O MAPA DOS SONHOS.

Nos anos 1990, as imagens de satélite do Pontal do Paranapanema, no extremo oeste do Estado de São Paulo, revelavam uma triste realidade. Como a agricultura havia se espalhado por quase toda a região, as diminutas manchas de Mata Atlântica que restaram seriam insu‚ficientes para manter a biodiversidade.

A destruição ambiental, como várias pesquisas já ratifi‚caram, impacta a disponibilidade hídrica para o próprio cultivo dos alimentos.

Ao perceber o futuro sombrio do Pontal, o engenheiro ƒorestal Laury Cullen começou a montar as peças do que viria a ser o que ele chama de Mapa dos Sonhos. A primeira questão era fazer com que as manchas de área ƒflorestada pudessem se conectar, para que a fauna da região tivesse um habitat minimamente aceitável. O outro obstáculo seria engajar a população local.

                                                   


“Realizar o Mapa dos Sonhos é como tentar resgatar ou recuperar a história da paisagem, mas também lembrar que temos 6 mil famílias assentadas na área. Então temos as pessoas, a ƒfloresta, a paisagem e as espécies animais. Temos que combinar tudo isso na mesma equação de conservação”, explica Cullen. 

Desde então, são 25 anos de trabalho na região. A Mata Atlântica – o bioma mais destruído do Brasil desde a colonização, em 1500 – começou a redobrar o seu fôlego. Isso signi‚fica que animais de topo de cadeia, como a onça-pintada, são agora vistos pela região.

Os desafios socioambientais também passaram a ser superados. Por trabalhar na agricultura, mas também colaborar com a preservação da floresta, atuando em viveiros, por exemplo, a população local aumentou a renda mensal. Seja em São Paulo, nos Estados do Cerrado ou da Amazônia brasileira, este é o segredo de qualquer programa ou política pública que queira imprimir os conceitos do desenvolvimento socioambiental.Cada árvore que plantamos é cultivada pela população local em viveiros comunitários”, diz Cullen. 

“São eles que plantam e fazem todo o monitoramento. Representa uma grande oportunidade para garantir trabalho e aumentar a segurança alimentar para as populações rurais desfavorecidas. Seus olhos brilham, eles têm uma qualidade de vida melhor por terem certeza de conseguirem se alimentar. Portanto, há um grande sentimento de gratidão, orgulho e sucesso.” Segundo Cullen, sem o comprometimento da população local, o Mapa dos Sonhos não existiria.

Comentários

  1. Explica Cullen, são 25 anos de trabalho na Mata Atlântica – o bioma mais destruído do Brasil desde a colonização, em 1500 – começou a redobrar o seu fôlego. Isso significa que animais de topo de cadeia, como a onça-pintada, são agora vistos pela região.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Nossa intenção é proporcionar aos leitores, uma experiência atualizada sobre os fatos globais que possam ser discutidos
e possam provocar reflexões sobre o modelo de sustentabilidade
que desejamos adotar para garantir agora e no futuro a qualidade
de vida para todas as espécies da Terra.