O VETERINÁRIO NASCIDO NO PANTANAL QUE PROTEGE E SALVA ONÇAS EM UMA ONG.

Diego Viana, um garoto nascido em Corumbá (MS) sempre frequentou a fazenda da avó, filha de Manoel Quintiliano. Lá, ouvia histórias sobre o bisavô, considerado um homem de muita bravura por caçar onças e outros animais no Pantanal. 

Depois de trocar o curso de Biologia por Veterinária – para poder anestesiar onças –, formou-se pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e fez mestrado em Sustentabilidade Agropecuária. Passou por experiências de captura de animais para identificação e acompanhamento e fez um intercâmbio de práticas veterinárias na África do Sul, onde fez manejo de leões, leopardos, guepardos, elefantes e rinoceronte. De volta ao Pantanal (Br),  foi convidado para coordenar o programa Felinos Pantaneiros, do Instituto Homem Pantaneiro. 

                                                                    


Com sede em Corumbá, o IHP tem entre seus objetivos mostrar aos criadores que é possível proteger o gado de ataques sem abater a onça, situação que era muito comum e ainda ocorre, mas em menor escala. Entre as técnicas adotadas pelo IHP estão o uso de cercas elétricas em maternidades de bezerros, cujo choque não prejudica o animal, apenas o espanta. Nas comunidades ribeirinhas, onde ocorrem ataques a cães, a estratégia é usar aparelhos de repelente luminoso, emissores de luzes coloridas que se movimentam em diferentes direções e afastam a onça.

Diego testou a cerca elétrica em uma fazenda que perdia 900 cabeças de gado por ano com ataques de felinos. “O número caiu para 290”, informa. O Felinos Pantaneiros tem especial atenção com a onça-pintada, que está em risco de extinção.Hoje, Diego passa longos períodos na Serra do Amolar, onde já foram catalogadas 111 onças-pintadas. A região é a mais bem conservada do Pantanal, mas se tornou conhecida pelo incêndio sem precedentes ocorrido em 2020 que atingiu 95% da área e deixou 17 milhões de animais mortos.

Duas onças-pintadas foram resgatadas com ajuda de sua equipe. Uma morreu e a outra teve as patas queimadas e intoxicação pela fumaça, quadro similar ao do felino encontrado em Mato Grosso no mesmo período e batizado de Ousado. A onça passou dois meses em tratamento, fez hozonioterapia e recebeu pele de tilápia par cicatrizar as queimaduras, tratamento similar a outra onça salva na mesma ocasião em Mato Grosso do Sul, que recebeu o nome de Ousado.

Para fazer ações mais eficientes e rápidas, o ideal seriam 20 colares para onças-pintadas e pardas, o que custaria R$ 400 mil, recurso que o IHP não tem.Cada colar custa R$ 20 mil. O IHP tem dois exemplares.

O veterinário que tem amor incondicional às onças e à natureza preservada e se emociona ao falar do bisavô, diz ter orgulho do homem que faz parte de sua genética. “Com certeza, tudo que ele viveu me ajuda a viver aqui hoje”. Ele acredita que Mané Bravo também estaria orgulhoso, pois ambos fazem basicamente a mesma coisa. “A gente está no mato atrás da onça. Só que eu deixo ela viva.”

Comentários

  1. O veterinário que tem amor incondicional às onças e à natureza preservada e se emociona ao falar do bisavô, diz ter orgulho do homem que faz parte de sua genética.

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