PESQUISA: MUITOS BRASILEIROS ACHAM QUE SUAS AÇÕES NÃO AFETAM AS PRAIAS E SISTEMAS COSTEIROS.

Um estudo revelou que metade dos entrevistados reconhece que o oceano impacta sua vida diretamente e 21% acreditam que gera impactos indiretos, enquanto 26% avaliam que não impacta em nada em suas vidas. Foram entrevistadas 2 mil pessoas, homens e mulheres entre 18 e 64 anos, de todas as classes sociais, nas cinco regiões do país. 

Entre as atividades que ameaçam a saúde do oceano, 72% dos entrevistados identificam a poluição, seja por lixo ou esgoto, como o maior problema, seguidas por pesca irregular (16%) e vazamentos de navios (12%).

                                            


A pesquisa buscou identificar comportamentos existentes na população de um país continental como o Brasil, e perceber como as pessoas estão dispostas a adotar novos hábitos e comportamentos em favor dos ambientes marinhos”, diz Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário.

O porcentual de pessoas que priorizam com frequência compras com menor impacto na natureza e no oceano, como produtos com menos embalagens e sem poluentes, foi de 48%. Para 22% dos entrevistados, a prática ocorre somente às vezes, e 11% raramente. O porcentual de pessoas que nunca se preocupam com essa questão foi de 18%.

Outro aspecto investigado foi o uso de plásticos de única utilização. Apenas 35% dos brasileiros afirmam sempre evitar o uso de canudinhos e copos plásticos descartáveis, enquanto 12% evitam a maioria das vezes e 20% somente às vezes. O consumo nunca é evitado por 19% dos entrevistados e raramente por 13% dos entrevistados.Considerando que cerca de 68 milhões de brasileiros (32%) não evitam o uso de copos plásticos e cada uma dessas pessoas faça uso de três unidades de 200 ml por semana, chega-se a mais de 10,6 bilhões de unidades por ano.

O oceano começa na nossa casa, mesmo que estejamos a muitos quilômetros de distância do mar. Como boa parte das pessoas tem pouco contato direto com os ambientes marinhos, esta percepção precisa ser estimulada. Os mares geram alimentos, energia, minerais, fármacos e milhões de empregos ao redor do mundo em diferentes atividades econômicas.

O oceano abriga a maior biodiversidade do planeta e também é fundamental para a regulação do clima, pois absorve mais de 30% das emissões de dióxido de carbono (CO2) e 90% do excesso de calor gerado pelo aumento das emissões de gases de efeito estufa.

O oceano contribui diretamente com cerca de US$ 1,5 trilhão para a economia mundial, sendo que apenas o setor de alimentos gera em torno de 237 milhões de empregos no mundo. A pesquisa ouviu a opinião da população em relação à atuação do Brasil para a conservação do oceano. Para 41%, a atuação brasileira é negativa, enquanto 31% consideram a atuação neutra – nem positiva, nem negativa –, e 28% avaliam de forma positiva.

A pesquisa trouxe resultados representativos para uma mudança de cenário. Em uma escala de 0 a 10, a intenção de mudar hábitos pelo bem do oceano atinge a média de 8,3. Notas entre 7 e 10 concentram 82,2% dos respondentes. 25% estão dispostos a colocar a mão na massa pela mudança, se engajando como apoiador e/ou agente de divulgação.

O estado de conservação do oceano é bastante preocupante. Uma avaliação global da ONU mostrou que precisamos de ações urgentes para reverter o quadro de degradação e ameaça à biodiversidade e aos ecossistemas. 

Entre os entrevistados, 62% residem em capitais e 41% vivem em cidades litorâneas. A margem de erro é de 2,2% para um nível de confiança de 95%. 

Comentários

  1. Apenas 35% dos brasileiros afirmam sempre evitar o uso de canudinhos e copos plásticos descartáveis, enquanto 12% evitam a maioria das vezes e 20% somente às vezes.

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