Com muito custo, fez-se a transição para a sustentabilidade em um lugarejo remoto do Amazônas.

Antes um centro de retirada ilegal de madeira, Santa Helena do Inglês só recentemente deu seus primeiros passos em direção à sustentabilidade. 

Quando a família de Mendonça chegou há meio século, não havia nada além de floresta ali. Eles desmataram uma área para construir uma casa; pouco depois, outros foram chegando até que se criou o vilarejo. A comunidade vivia da pesca e da retirada ilegal de madeira, cortando e vendendo as variedades de árvores mais cobiçadas.

Mendonça ganhava a vida como madeireiro ilegal e, até foi pego pela polícia e multado pelo crime. Mas isso não foi suficiente para que ele parasse. “Era meu meio de vida, era como eu alimentava meus filhos.”

Em 2008, as autoridades transformaram milhares de hectares de floresta ao redor de Santa Helena do Inglês em reserva protegida, com o objetivo de preservar a rica biodiversidade da área, que abriga espécies raras e ameaçadas, como o cachorro-vinagre (Speothos venaticus).

A comunidade começou a expandir sua pequena indústria de pesca e a investir no turismo, numa tentativa de construir uma economia local mais sustentável. Em 2014, as mulheres da comunidade abriram uma pousada ecológica e começaram a receber pequenos grupos de visitantes ansiosos por estar mais perto da natureza e experimentar a vida nesse canto da Amazônia.

O maior problema era o fornecimento de energia instável. Contudo, a energia chegou em Santa Helena do Inglês em 2012, dizem com o programa Luz para Todos, uma iniciativa do governo federal para levar eletricidade a milhões de brasileiros rurais. Pela primeira vez, a água podia ser retirada do poço da comunidade com uma bomba elétrica, e os professores podiam dar aulas à noite, de acordo com os moradores.

                                             


O vilarejo sofria com quedas de eletricidade constantes devido à sua localização remota,  sempre que tinha uma tempestade e as árvores caíam, a comunidade ficava sem energia. Os negócios na pousada foram especialmente atingidos, uma vez que as quedas de energia incomodavam os hóspedes, expulsando-os dali.

Com o fornecimento de energia estável dos painéis solares, as coisas mudaram, a comida dos hóspedes não estraga mais. Ventiladores ajudam os visitantes a dormir à noite, amenizando o calor sufocante da Amazônia e afastando os enxames de mosquitos.

O projeto de energia solar também pode ajudar a fortalecer a indústria de pesca local, que até agora fornecia uma renda apenas sazonal para os moradores. Sem os freezers, os pescadores eram obrigados a vender os peixes durante a temporada alta da pesca, quando há muita oferta e os preços, portanto, ficam mais baixos. 

Ainda vai levar um tempo para que os impactos totais do projeto de energia solar sejam sentidos em Santa Helena do Inglês. Mas o projeto terá um impacto positivo – no vilarejo.

A energia solar é importante nessa comunidade, não só para melhorar a qualidade de vida das pessoas mas também para o planeta. Porque é energia limpa e não prejudica o meio ambiente. Agora, desde que o sol esteja brilhando, a energia não vai acabar.

Comentários

  1. O projeto de energia solar também pode ajudar a fortalecer a indústria de pesca local, que até agora fornecia uma renda apenas sazonal para os moradores. Sem os freezers, os pescadores eram obrigados a vender os peixes durante a temporada alta da pesca, quando há muita oferta e os preços, portanto, ficam mais baixos.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Nossa intenção é proporcionar aos leitores, uma experiência atualizada sobre os fatos globais que possam ser discutidos
e possam provocar reflexões sobre o modelo de sustentabilidade
que desejamos adotar para garantir agora e no futuro a qualidade
de vida para todas as espécies da Terra.