A HISTÓRIA CLIMÁTICA DA TERRA ESTÁ REGISTRADA NOS ANÉIS INTERNOS DO CAULE DAS ÁRVORES.

Os anéis das árvores contam a história climática ao longo dos anos – quando há falta de chuva elas concentram forças para sobreviver e crescem menos ou não crescem e os anéis se sobrepõem, quando chove regularmente e o solo tem água disponível, crescem, o que, por seu turno, é mostrado nos anéis alargados. 

A partir desse conhecimento, pesquisadores da Argentina, Bolívia, Chile, Estados Unidos, França e Inglaterra estudaram cerca de 15 mil árvores de espécies longevas, com a perspectiva de elaborar o primeiro Atlas de Secas da América do Sul (SADA em inglês) e concluíram que desde o ano de 1400 as árvores não cresciam tão pouco como nas últimas décadas.

                                                                      


O resultado foi apresentado na Academia de Ciências do Estados Unidos. Os pesquisadores identificam que o “SADA mostra que a frequência de secas severas e chuvas extremas generalizadas desde a década de 1960 não tem precedentes. Os principais eventos expressos no SADA estão associados a fortes anomalias como o El Niño Oscilação Sul (ENSO) e Modo Anular Sul (SAM), devido ao aumento das emissões de gases de efeito estufa podem causar secas e chuvas mais extremas na América do Sul durante o século 21”.

No trabalho é registrado que a região subtropical da bacia do Prata está frequentemente exposta a desastres de enchentes. Cidades e vilas ao longo das margens dos rios, como a cidade de Santa Fé (bacia do meio do rio Paraná, Argentina), forneceram evidências documentais abundantes de eventos de enchentes significativas. Destacaram “inundações de 1651 a 1652 e 1723. As enchentes de 1651 a 1652 destruíram mais da metade da cidade de Santa Fé, levando à realocação à sua posição atual”. Em 1723, as aldeias e campos cultivados próximos ao rio Paraná sofreram graves inundações, causando danos a edifícios, doenças (por exemplo, disenteria) e perda de safras e gado.

Desde a década de sessenta os eventos hidro-climáticos extremos estão aumentando ao longo do tempo. Antes era um a cada 20 anos, agora a cada 10 anos aproximadamente há uma seca extrema. O Atlas por si só não fornece evidências sobre quanto das mudanças observadas se devem aos efeitos provocados pelas atividades humanas, mas sabemos que existe uma associação estreita. As emissões de gases de efeito estufa estão causando maiores eventos extremos e podemos prever o que continuará acontecendo.

Quando se analisa a média histórica de chuvas dos últimos 10 anos no Noroeste de São Paulo verifica-se que as chuvas estão aproximadamente 27% abaixo da média histórica registrada e a “temperatura média anual está cerca de meio grau acima da média dos últimos 10 anos”, segundo o engenheiro sanitarista José Mario Ferreira de Andrade. Entre março e junho de 2018 o então presidente da Argentina, Mauricio Macri, deu várias entrevistas afirmando que o prejuízo para o país devido a “maior seca em 50 anos” foi de cerca de 8 bilhões de dólares. Vale lembrar que 80% da população argentina vive nas planícies dos rios Paraguai e Paraná.

Comentários

  1. Desde a década de sessenta os eventos hidro-climáticos extremos estão aumentando ao longo do tempo. Antes era um a cada 20 anos, agora a cada 10 anos aproximadamente há uma seca extrema.

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