NA ÁFRICA DO SUL CRIAR RINOCERONTES POR PARTICULARES NÃO É MAIS BOM NEGÓCIO.

Muitos dos proprietários de terras na África do Sul que têm reservas de caça com rinocerontes não são movidos principalmente pelo dinheiro, contudo, o dinheiro importa para cobrir os custos . Muitos deles são altamente motivados pela conservação, mas no final das contas esta tem que ser viável economicamente. O corno (chifre) de rinoceronte é um ingrediente fundamental da medicina tradicional oriental,  e por isso, continuará a ter um incentivo para abastecer esse mercado. 

                                                      

A Índia e a China, são os principais consumidores de chifres de rinoceronte, a procura por chifre de rinoceronte é inelástica em termos de preço, o que significa que os consumidores não reduzem substancialmente as suas compras mesmo quando o preço sobe, e elástica em termos de rendimento, sugerindo que à medida que os rendimentos dos consumidores aumentam, também aumenta a sua procura por chifre de rinoceronte, disse Adrian Lopes, professor de economia da Universidade Americana de Sharjah. 

A crescente demanda alimentou a epidemia de caça furtiva que fez com que o número de rinocerontes despencasse em terras públicas, estima-se que mais de 50% dos rinocerontes de África estão agora em mãos privadas . 

Ao mesmo tempo, a rápida escalada dos custos de combate à caça furtiva significa que cada vez menos proprietários privados podem dar-se ao luxo de manter rinocerontes, deprimindo o mercado de vendas de animais vivos. Essencialmente, à medida que os custos para os proprietários privados aumentam, as suas receitas potenciais diminuem. 

Os proprietários privados na África do Sul existem ao longo do tempo a partir de 1800, desde grandes reservas privadas que visam chegar o mais próximo possível de um ecossistema natural intacto, até aos modelos intensivos de operações de reprodução em cativeiro (CBO), como o Platinum Rhino, centrados predominantemente na reprodução e nos números. Cerca de 28% dos proprietários privados estão agora a desinvestir nos rinocerontes, a maioria está a fazer o seu melhor para sobreviver como está, e cerca de 15% estão a duplicar e a comprar os rinocerontes daqueles que estão a sair do negócio.

                                          

O polêmico criador de rinocerontes, John Hume, recentemente colocou seus 1.999 rinocerontes brancos do sul em leilão, pois não pode mais arcar com os custos diários de US$ 9.800 – mas nenhum comprador se apresentou até agora. 

Em contrapartida, o Parque Nacional Kruger, na África do Sul, perdeu 75% dos seus rinocerontes brancos do sul desde 2011 – mais de 8.000 rinocerontes, pela ineficiência para manter o espaço protegido dos caçadores.