As doenças zoonóticas alcançam os humanos toda vez que causamos impactos severos na natureza, ela, por sua vez, devolve o impacto sofrido a quem lhe causou, a nossa espécie.
As doenças zoonóticas se multiplicaram nos últimos 20 a 30 anos.
A agricultura industrial aumenta o risco de propagação de agentes patogénicos entre os animais, enquanto a desflorestação aumenta o contacto entre a vida selvagem, os animais domésticos e os seres humanos.
Os cientistas alertaram que a crise climática está a aumentar o risco de eventos de “repercussão zoonótica”, com 15.000 casos de vírus a saltar entre espécies previstos para os próximos 50 anos.
À medida que o planeta aquece, muitas espécies animais serão forçadas a mudar-se para novas áreas para encontrar condições adequadas de sobrevivência. Eles trarão consigo seus parasitas e patógenos, fazendo com que se espalhem entre espécies que não interagiram antes. Isto aumentará o risco do que é chamado de “transbordamento zoonótico”, onde os vírus são transferidos dos animais para as pessoas, desencadeando potencialmente outra pandemia como a Covid-19, portanto, as próximas décadas não serão apenas mais quentes, mas também mais doentes.
As mudanças climáticas estão “agitando profundamente os ecossistemas” e causando interações entre espécies que já provavelmente estão espalhando vírus, e isto não é evitável, mesmo nos melhores cenários de alterações climáticas. Precisamos implementar medidas para construir infra-estruturas de saúde para proteger as populações animais e humanas em um futuro próximo.
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O trabalho de investigação afirma que pelo menos 10.000 tipos de vírus capazes de infectar humanos circulam “silenciosamente” nas populações de animais selvagens. Até há relativamente pouco tempo, essas infecções cruzadas eram incomuns, mas à medida que mais habitats foram destruídos para a agricultura e a expansão urbana, mais pessoas entraram em contacto com animais infectados .
Os morcegos serão responsáveis pela maior parte da propagação desta doença devido à sua capacidade de viajar grandes distâncias. Um morcego infectado em Wuhan, na China, é uma causa suspeita do início da pandemia de Covid e pesquisas anteriores estimaram que existem cerca de 3.200 cepas de coronavírus já circulando entre as populações de morcegos.
Vacinas, medicamentos e testes são essenciais, mas sem grandes investimentos na prevenção primária de pandemias, nomeadamente na conservação do habitat, na regulação estrita do comércio de vida selvagem e na melhoria da biossegurança do gado, serão medidas complementares para reduzir os riscos de novas pandemias.
Se pensarmos nos prováveis impactos das alterações climáticas, e se as doenças pandêmicas são uma delas, estamos nos referindo a bilhões de dólares de impacto potencial na perda de qualidade de vida da sociedade
Chamamos de “transbordamento zoonótico”, a capacidade dos vírus serem transferidos dos animais para as pessoas causando doenças.
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