A RELAÇÃO CAUSAL ENTRE A MORTANDADE DE RIBEIRINHOS E MAMÍFEROS AQUÁTICOS NA SECA DA AMAZÔNIA.

O fato da perda de cerca de uma centena de botos até agora às margens do rio negro na Amazônia,  na primeira semana de outubro/2023,  demonstra o quanto esses animais não conseguem se adaptar em um curto espaço de tempo, ao baixo volume de água (rios rasos)  durante a seca onde a incidência solar é escaldante e resulta invariavelmente em água aquecida ou até quente, incompatível com o conforto à sobrevivência da fauna lacustre.

                                                      


O contra-ponto da mortandade de animais invertebrados e vertebrados como o pescado tido como o "ganha-pão" da maioria dos homens ribeirinhos, é o "boom"populacional de certas espécies de algas que acabam por liberar toxinas no corpo d'água que somada a probabilidade de reprodução maximizada de bactérias anaeróbias ou facultativas,poderá acelerar o processo de intoxicação e asfixia dessa fauna aquática, uma vez que a água a temperaturas altas resulta em menor concentração de oxigênio dissolvido que pelo menos vai comprometer os organismos invertebrados e seus corpos ( matéria-orgânica) vão prejudicar ainda mais os mamíferos aquáticos sobreviventes que podem ficar doentes.

As famílias locais ( ribeirinhas) também sofrem com a seca dos rios da Amazônia, suas moradias suspensas ( palafitas) as obrigou a ficarem ilhados pelo fato de estarem acostumados a se deslocarem de um lado para outro, em canoa ou pequenas embarcações afim de se abastecerem ou conseguirem serviços e atendimentos básicos nos povoados mais próximos por hidrovias.

Com a seca, veio a limitação de acesso, pescadores, pequenos lavradores e artesãos tiveram que colocar seus pés na lama e sairem atrás de água, pelo menos para beber e se alimentam de forma racionada quando recebem doações de ONGS e quiça  governamental.

Tanto os mamíferos aquáticos quanto os mamíferos humanos, em comum são seres homeotérmicos, isto é, respondem ao estresse térmico e as condições físico-químicas adversas com uma aceleração dos batimentos cardíacos e do ritmo respiratório demandando mais e mais oxigênio se o estresse térmico perdurar pode ocorrer uma taquicardia e morte.

A ideia que se tem, é que as temperaturas elevadas e recorrentes vão requerer ações mais emergenciais das autoridades, colocando em prática medidas de proteção para a adaptação da Amazônia a nova face mais severa do aquecimento global.

Descrevo, a meu ver, algumas soluções que poderiam salvar vidas ( ribeirinhos e botos) para minimizar a seca dos afluentes do rio amazonas que ainda podem ser navegáveis e que possuem recursos pesqueiros.

     1- Preservar a mata ciliar dos rios e replantio em torno das nascentes.

     2- Vastas extensões próximas dos rios foram assoreadas e casas sofreram desbarrancamento, será preciso seguir um programa de recuperação de áreas degradadas e plantio as margens dos rios que estão sem vegetação totalmente "nuas" e a água das chuvas não se infiltra no solo reduzindo a formação de aquíferos que poderiam abastecer com poços a comunidade local.

     3- A Amazônia possui hoje muitos "clarões" de áreas desmatadas cercados por vegetação nativa, uma ideia seria interligar essas áreas abertas ( clarões) por meio de corredores ecológicos para restabelecer a biodiversidade afetada pelas queimadas.

      4- Ter em operação, um rigoroso monitoramento:  da qualidade do curso dos rios amazônicos, do boto-rosa e dos incêndios florestais.

  



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  1. O fato da perda de cerca de uma centena de botos até agora às margens do rio negro na Amazônia, na primeira semana de outubro/2023, demonstra o quanto esses animais não conseguem se adaptar em um curto espaço de tempo, ao baixo volume de água (rios rasos) durante a seca onde a incidência solar é escaldante e resulta invariavelmente em água aquecida ou até quente, incompatível com o conforto à sobrevivência da fauna lacustre.

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