TRABALHAR SOB SOL FORTE E COM ALIMENTAÇÃO E HIDRATAÇÃO ABAIXO DO IDEAL GERA INFERTILIDADE.

A Organização Mundial da Saúde estima que uma em cada seis pessoas em idade reprodutiva sofre de infertilidade em algum momento da vida. Embora a prevalência da infertilidade seja semelhante em todas as partes do mundo, as pessoas nos países em desenvolvimento sofrem desproporcionalmente devido ao acesso limitado ao tratamento de fertilidade e ao seu elevado custo.

Os trabalhadores migrantes com baixos salários no Golfo não podem trazer consigo as suas esposas porque ganham muito menos do que o mínimo exigido para um visto de família. Normalmente, eles vivem em campos de trabalho exclusivamente masculinos, muitas vezes em dormitórios lotados com até 12 homens por quarto.

                                                  

Especialistas dizem que as taxas aparentemente elevadas de infertilidade entre os trabalhadores migrantes também se devem ao facto de estes permanecerem frequentemente no estrangeiro durante anos, por vezes décadas, intercalados apenas por breves visitas ao país de origem. A maioria regressa apenas durante dois ou três meses a cada dois anos devido aos termos dos seus vistos e contratos.

Os trabalhadores migrantes vivem uma vida “muito abaixo do ideal” no Golfo, citando a exposição a altas temperaturas, má alimentação e condições de vida, bem como a perda de libido, como possíveis razões para as dificuldades que muitos enfrentam para ter filhos. Ficou constatado que os migrantes que trabalham no Golfo, testaram parâmetros de sêmen muito ruins.

Os médicos dizem que muitos homens nem sequer estão conscientes de que as suas esposas são férteis apenas durante um curto período de cada mês. Suas esposas acham que se ficarem 60 dias, terão 60 dias para engravidar.

O preço da infertilidade é devastador, se queixam as famílias. “Elas estão economicamente esgotadas, emocionalmente esgotadas, socialmente esgotadas. Elas estão esgotadas em todos os sentidos.” ( descreve o médico do hospital, no Nepal).