A perda de água no Cerrado brasileiro pode provocar uma crise hídrica e energética em áreas que dependem dos recursos do bioma. A devastação do Cerrado tem impactos como a perda de biodiversidade local, riscos para a disponibilidade de água e prejuízos ao clima.
O desmatamento é responsável por uma emissão elevada de gases de efeito estufa, que intensificam a mudança climática. Influenciado pelo clima tropical continental, com duas estações bem definidas (a seca e a úmida), o bioma tem uma característica única no Brasil: a adaptação ao fogo. Queimadas naturais podem ocorrer na flora local, que se recupera rapidamente desses eventos. Incêndios intensos e descontrolados, provocados pela ação humana, no entanto, podem degradar a vegetação.
A paisagem do bioma é diversificada. Inclui desde gramíneas até vegetação arbustiva e plantas de médio porte, com caules espessos e profundos, adaptados à seca. Também são típicas da região árvores com troncos tortuosos, que crescem dessa forma pelas condições do solo, pobre em nutrientes e rico em metais tóxicos, como o alumínio.
O Cerrado abriga nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul — parte da Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata — e grandes aquíferos — o Guarani e o Bambuí. A região, por esse motivo, é chamada de berço das águas. Áreas densas de matas ciliares acompanham o curso de seus principais rios.
A visão de que o Cerrado é o grande celeiro da produção de alimentos do Brasil agrava a situação. Ambientalistas e cientistas ligados a universidades e organizações do Brasil, dos Estados Unidos, da França e do Reino Unido escreveram em carta este mês, na revista científica Nature Ecology & Evolution, que essa abordagem coloca o bioma em sacrifício. O grupo pediu novas políticas para sua conservação.
O Cerrado abriga nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul — parte da Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata — e grandes aquíferos — o Guarani e o Bambuí.
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