ATÉ 2034, O SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO VAI SER DESTAQUE EM TODO MUNDO.

                                                   


Confira as megatendências identificadas para o Sistema Elétrico Brasileiro até 2034.

Hidrogênio verde

Atualmente, 95% do hidrogênio é produzido a partir de combustíveis fósseis, mas a migração para fontes renováveis está ganhando força, especialmente na UE, China e EUA, como parte dos esforços para reduzir as emissões de carbono. 

Segundo Viana, o Brasil, com sua matriz energética limpa, está bem-posicionado para liderar a produção de hidrogênio renovável, uma peça-chave na busca pela neutralidade de carbono até 2050.

Armazenamento

A demanda por flexibilidade nos sistemas elétricos, impulsionada pela consolidação das renováveis e maior empoderamento do consumidor, favorece o uso de tecnologias como baterias de lítio. Essas soluções permitem armazenar excedentes de energia, garantindo redes mais estáveis e eficientes. 

“O armazenamento de energia, conhecido popularmente como baterias, é uma tecnologia promissora no processo de transição energética para o seu uso associado à geração de energia renovável, bem como no transporte (carros elétricos) e em outras aplicações que permitam otimizar o uso da eletricidade, ou ainda provendo alguns tipos de serviços ancilares”, destacou o CEO.

Transição energética

A substituição dos combustíveis fósseis por tecnologias renováveis enfrenta desafios políticos e práticos, como a demanda por metais raros e a integração do hidrogênio verde. Embora tenham ocorrido avanços significativos, o cenário global atual demonstra que as fontes renováveis têm desempenhado um papel complementar, sem substituir integralmente os combustíveis fósseis.

“É uma megatendência que se mistura com uma realidade já em curso em alguns aspectos energéticos, especialmente quando se aborda o contexto da geração renovável nos sistemas elétricos”, afirma Viana.

Recursos Energéticos Distribuídos

Os REDs (Recursos Energéticos Distribuídos) são unidades de geração e consumo de energia localizadas próximas ao consumidor, geralmente no nível de distribuição, como sistemas de GD (geração distribuída), e têm se tornado mais populares devido aos avanços tecnológicos e ao desejo dos consumidores por mais controle sobre seu consumo energético. No Brasil, a GD alcançou uma capacidade instalada de aproximadamente 35 GW em 2024.

Nos próximos anos, a discussão sobre como aprimorar as regras comerciais e regulatórias dos REDs ganhará relevância, incluindo o papel do agregador na liquidação e comercialização de energia, seja via comercializador ou com a distribuidora atuando como mini-operador do sistema.

Carros elétricos

Os carros elétricos estão ganhando relevância globalmente como uma solução para reduzir a dependência de combustíveis fósseis no transporte. A China lidera essa transição, enquanto a adoção nos EUA, na União Europeia e no Brasil avança de forma mais gradual. Embora ainda enfrentem desafios com a infraestrutura de recarga, continuam a evoluir com a melhoria das baterias e a expansão da rede de recarga.

Inteligência Artificial

A Inteligência Artificial deve impactar todos os setores da economia. No setor elétrico a ferramenta pode auxiliar a otimizar recursos renováveis e acelerando a transição energética. 

Entretanto, Alexandre alerta para o descompasso que existe entre utilização e regulamentação. “A IA pode transformar o setor elétrico, mas sua regulamentação precisa acompanhar o ritmo da inovação”, aponta Viana.

Digitalização dos sistemas elétricos

Desde 2010, com a introdução de medidores eletrônicos, a digitalização ganhou impulso nos países desenvolvidos. Essa transformação busca integrar tecnologias avançadas em todas as etapas da cadeia de valor do setor elétrico, melhorando a eficiência, a operação e o gerenciamento das redes. 

No entanto, ela também traz desafios, especialmente no que se refere à privacidade e à proteção dos dados dos consumidores, uma vez que as análises detalhadas de consumo podem expor informações sensíveis sobre o estilo de vida dos indivíduos.

Entre as tecnologias mais promissoras para o setor elétrico, destacam-se a mineração de dados (data mining), aprendizado de máquina (machine learning), medidores inteligentes (smart meters), Internet das Coisas (IoT), segurança cibernética e automação de processos.

Eletrificação da Sociedade

Por fim, a eletrificação da sociedade, impulsionada pelas fontes renováveis, visa substituir os combustíveis fósseis e adaptar as redes de transmissão para suportar maior carga e a integração de energias renováveis, sem comprometer a estabilidade. 

No entanto, Viana destaca que, para viabilizar essa tendência, é necessário superar desafios relacionados à inércia e estabilidade. “Para alcançar as metas de descarbonização até 2050, é fundamental um maior empenho político, incluindo a substituição dos veículos a combustão por elétricos.

A Envol prevê que recursos de energia distribuída e inteligência artificial já estão em curso, a consolidação das baterias deve ocorrer até 2025, com os veículos elétricos e a digitalização dos sistemas de energia até 2027, enquanto a eletrificação da sociedade e o hidrogênio verde devem se consolidar até 2029.

Regulação para megatendências

Apesar do grande potencial do Brasil, o país ainda enfrenta desafios regulatórios significativos para apoiar as megatendências no setor energético. A principal preocupação é evitar o ‘lock-in’ tecnológico, no qual o setor fica dependente de uma única solução ao longo do tempo, além de definir a alocação adequada dos custos e riscos envolvidos.

Para garantir uma transição bem-sucedida, Viana propõe uma abordagem em três etapas: primeiro, realizar uma análise das opções regulatórias existentes; depois, adotar um benchmarking internacional, com base em boas práticas, como as do Reino Unido; e, por fim, adaptar as soluções à realidade brasileira, considerando as especificidades do nosso sistema energético.

“Um dos maiores desafios é equilibrar uma regulação que atraia investimentos e, ao mesmo tempo, promova uma alocação justa dos custos e riscos. No contexto das megatendências, é importante considerar que parte desses custos deve ser assumida pela sociedade, e não apenas pelos consumidores do SEB”, conclui a Envol.

O Brasil está vivendo um momento único de transição energética, com um grande potencial para se tornar referência global em energias renováveis e novas tecnologias. No entanto, para transformar esse potencial em realidade, será essencial um equilíbrio entre regulação e o design do mercado, promovendo investimentos e garantindo benefícios para toda a sociedade.

Comentários

  1. O Brasil, com sua matriz energética limpa, está bem-posicionado para liderar a produção de hidrogênio renovável, uma peça-chave na busca pela neutralidade de carbono até 2050.

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