A biodiversidade, assim como as mudanças climáticas, é também considerada uma temática global, ou seja, deve ser tratada conjuntamente com outros países para se estabelecer consensos e regras gerais em diversos assuntos que impactam a coletividade global.
Somos o país com maior biodiversidade do mundo. Fazemos parte do grupo de 17 países megadiversos. Temos a maior floresta do mundo, os maiores rios, uma grande diversidade de povos indígenas e comunidades locais. A biodiversidade e seus serviços ecossistêmicos contribuem para nosso desenvolvimento e para a melhoria de vida de nossa população, para tal, é preciso pensar na conservação dos biomas brasileiros.
No Brasil de hoje, os temas relacionados à biodiversidade ainda são tratados de forma marginalizada nas políticas, públicas e privadas, e nas prioridades nacionais. E o motivo disso é o pouco conhecimento que a maioria das pessoas possui sobre as consequências de sua perda. Aumentar a visibilidade da biodiversidade e tornar as pessoas mais conscientes por meio de debates públicos das políticas nacionais, regionais e locais é o verdadeiro desafio a ser enfrentado.
Os ecossistemas proporcionam uma série de serviços fundamentais para a sobrevivência humana. Segundo a Avaliação Ecossistêmica do Milênio, serviços dos ecossistemas são “os benefícios que o homem obtém desses ecossistemas”. Eles abrangem:
• Serviços de provisão, incluindo alimentos, água, madeira e fibras;
• Serviços reguladores, que afetam climas, inundações, doenças, resíduos e a qualidade da água;
• Serviços culturais, que fornecem benefícios recreacionais, estéticos e espirituais;
• Serviços de suporte, tais como formação do solo, fotossíntese e ciclo de nutrientes.
Além de seu valor intrínseco, a biodiversidade possui valores ecológicos, genético, social, econômico, científico, educacional, cultural, recreativo e estético. Sem biodiversidade não há vida. É ela quem sustenta os meios de vida humanos e a vida em si. Para os povos tradicionais a biodiversidade é fundamental para suas subsistências. São totalmente dependentes dela. Suas culturas e história estão intimamente associadas ao ambiente e aos sistemas naturais. Nas culturas ocidentais, mesmo não sendo tão evidente assim, há também uma forte dependência da biodiversidade. Além do mais, processos como o equilíbrio do clima estão associados à manutenção da biodiversidade. Neles, a fotossíntese e o sequestro de carbono são essenciais.
Os principais processos responsáveis pela perda de biodiversidade são:
• Perda e fragmentação dos habitats • Introdução de espécies e doenças exóticas
• Uso não sustentável e exploração excessiva de espécies de plantas e animais
• Espécies Exóticas Invasoras
• Contaminação do solo, da água e da atmosfera por poluentes
• Mudanças climáticas
Os consumidores estão mais conscientes das questões de biodiversidade e procuram cada vez mais produtos sustentáveis. Portanto, os negócios enfrentam o controle social e político do seu impacto sobre a biodiversidade.
A economia brasileira depende fortemente dos produtos da biodiversidade, sejam eles originários do Brasil ou aqueles que foram trazidos de outro lugar. A exportação de café, soja, laranja e outros produtos não originários do Brasil, correspondem a 31% do total de exportações. Os setores agrícola, florestal e pesqueiro correspondem a quase 40% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro (DIAS, 1996 apud ALBAGLI, 1998). Os produtos da biodiversidade brasileira também têm o seu papel na economia. Espécies como abacaxi (Ananas comosus), castanha-do-pará (Bertholletia excelsa), castanha-de-caju (Anacardium occidentale), amendoim (Arachis spp), mandioca (Manihot esculenta) e açaí (Euterpe olearacea) têm grande procura no mercado mundial. A possibilidade de aumentar a parcela desses produtos no mercado global é enorme, especialmente devido aos avanços da biotecnologia.
O conhecimento da biodiversidade e seu valor econômico são também fundamentais para viabilizar o seu uso. Aquilo que se conhece e valoriza, se protege. A diversidade biológica mais ameaçada é a menos explorada. Essa situação se agrava nos trópicos devido à falta de conhecimento e à escassez de pesquisa
O conhecimento da biodiversidade e seu valor econômico são também fundamentais para viabilizar o seu uso. Aquilo que se conhece e valoriza, se protege.
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