SOBREPESCA DA LAGOSTA É REFLEXO DA ALTA DEMANDA EXPORTADORA QUE DEVE RESPEITAR O PERÍODO DE DEFESO.


 As lagostas estão ameaçadas por causa da sobrepesca e da alta demanda no mercado externo, especialmente em países como os Estados Unidos e a Europa, que são grandes consumidores desse crustáceo. Essa situação tem levantado preocupações ecológicas e sociais.

Problemas Associados à Pesca da Lagosta

  1. Sobrepesca:

    • A captura excessiva de lagostas adultas e juvenis tem causado uma redução significativa das populações de lagostas, especialmente no Nordeste brasileiro, onde a pesca é uma atividade tradicional.
    • Estudos mostram que a pesca predatória, incluindo o uso de equipamentos ilegais como redes de arrasto e covos inadequados, agrava o problema, prejudicando o ciclo reprodutivo da espécie.
  2. Impactos na Biodiversidade:

    • A sobrepesca não afeta apenas as populações de lagosta, mas também o equilíbrio dos ecossistemas marinhos, já que as lagostas desempenham um papel ecológico importante como predadores e presas.
  3. Demanda do Mercado Internacional:

    • A alta valorização da lagosta no mercado externo incentiva práticas ilegais e predatórias. Isso inclui a captura de lagostas menores do que o tamanho mínimo permitido ou em períodos de defeso, quando a pesca é proibida para proteger a reprodução da espécie.
  4. Conflitos com Comunidades Locais:

    • A pressão da demanda internacional favorece grandes empresas e muitas vezes prejudica os pescadores artesanais, que enfrentam dificuldades para competir ou cumprir as regras.

Medidas de Conservação e Gestão

  1. Defeso e Tamanho Mínimo:

    • O Brasil adota períodos de defeso para proteger a reprodução das lagostas, geralmente entre dezembro e maio. Também há regulamentações que estipulam tamanhos mínimos para captura (Panulirus argus: 13 cm; Panulirus laevicauda: 11 cm).
  2. Fiscalização e Combate à Pesca Ilegal:

    • Apesar das regulamentações, a fiscalização é muitas vezes insuficiente, e o uso de métodos ilegais persiste. Investimentos em fiscalização e na conscientização dos pescadores são cruciais.
  3. Certificação e Mercado Sustentável:

    • Algumas iniciativas têm incentivado práticas sustentáveis, como certificações que garantem que a lagosta foi capturada de forma responsável. Isso pode ajudar a acessar mercados que valorizam produtos sustentáveis.
  4. Áreas Marinhas Protegidas (AMPs):

    • A criação de AMPs e a regulamentação do uso dos recifes e fundos marinhos são estratégias importantes para permitir a recuperação das populações de lagosta.
  5. Engajamento dos Pescadores:

    • Programas que envolvem comunidades pesqueiras na gestão e monitoramento das áreas de pesca têm mostrado resultados promissores em várias regiões do mundo, promovendo o uso sustentável dos recursos.

A Situação Atual

Embora as lagostas brasileiras ainda sejam um recurso importante para exportação, os estoques estão sob pressão. Se as práticas predatórias continuarem, a sustentabilidade da pesca de lagosta estará seriamente ameaçada, o que pode prejudicar não apenas a biodiversidade, mas também a economia local e a subsistência das comunidades que dependem dessa atividade.

A conscientização e o cumprimento rigoroso das normas são essenciais para proteger as lagostas e garantir a viabilidade da pesca no longo prazo..

No Brasil, os períodos de defeso são estabelecidos para proteger as fases de reprodução e crescimento de espécies como o camarão e a lagosta, variando conforme a região e as espécies envolvidas.

Camarão:

  • Regiões Sudeste e Sul:

    • Espírito Santo: O defeso inicia em 1º de dezembro e se estende até 28 de fevereiro.
    • Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul: O período de defeso começa em 28 de janeiro e termina em 30 de abril.

Lagosta:

  • Espécies Vermelha (Panulirus argus), Verde (Panulirus laevicauda) e Pintada (Panulirus echinatus):
    • O período de defeso inicia em 1º de novembro e se estende até 30 de abril do ano seguinte.
    • Durante esse intervalo, é proibida a pesca, transporte, estocagem, beneficiamento, industrialização e comercialização dessas espécies, visando garantir sua reprodução sem interferências humanas.

É fundamental que pescadores, comerciantes e consumidores estejam atentos a esses períodos de defeso para contribuir com a preservação das espécies e evitar sanções legais.

Comentários

  1. As lagostas brasileiras representam um recurso importante para exportação, os estoques estão sob pressão. Se as práticas predatórias continuarem, a sustentabilidade da pesca de lagosta estará seriamente ameaçada,

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