GERAÇÃO DE ENERGIA POR HIDRELÉTRICAS EM PAÍSES TROPICAIS PROMOVEM TANTAS EMISSÕES DE GASES ESTUFA QUANTO AS TERMOELÉTRICAS.

                                             

     Balbina: um mega-erro ecológico.

As usinas hidrelétricas são frequentemente consideradas um modelo ecológico de produção de energia porque, em comparação com as usinas termelétricas (que queimam combustíveis fósseis), elas não emitem grandes quantidades de dióxido de carbono (CO₂) diretamente na atmosfera. No entanto, essa visão simplificada desconsidera impactos ambientais específicos.

No caso de Balbina, localizada na Amazônia, os impactos negativos são notáveis:

  1. Geração de gases de efeito estufa – Quando grandes áreas de floresta são alagadas, a vegetação submersa entra em decomposição e libera metano (CH₄), um gás com efeito estufa muito mais potente que o CO₂.
  2. Destruição de ecossistemas – A represa modificou drasticamente o habitat, resultando na perda de biodiversidade, extinção local de espécies e deslocamento de comunidades tradicionais.
  3. Baixa eficiência energética – Balbina é um exemplo ruim de hidrelétrica, pois alagou uma área imensa para gerar pouca energia (uma das piores relações área alagada/energia gerada do mundo).

Hidrelétricas em outras regiões podem ser mais eficientes e causar menos danos ambientais. Além disso, a eletricidade gerada por elas pode ser integrada a redes renováveis, reduzindo a necessidade de combustíveis fósseis. Mas, em locais sensíveis como a Amazônia, os impactos podem ser mais prejudiciais do que os benefícios.

Por isso, hoje há um debate sobre a real sustentabilidade das hidrelétricas, especialmente em áreas tropicais. Alternativas como a energia solar e eólica têm ganhado espaço justamente para reduzir esses impactos.

O relatório da Comissão Mundial de Represas (WCD - World Commission on Dams) apontou que algumas usinas hidrelétricas, especialmente as construídas em áreas tropicais e com grandes reservatórios, podem emitir quantidades significativas de metano (CH₄) e dióxido de carbono (CO₂), chegando a níveis comparáveis aos de usinas termelétricas a carvão ou gás natural.

Por que isso acontece?

  • Quando um reservatório alaga áreas florestais, a matéria orgânica (árvores, plantas e solos ricos em carbono) fica submersa e se decompõe em um ambiente pobre em oxigênio.
  • Essa decomposição gera metano (CH₄), um gás com um potencial de aquecimento global cerca de 28 vezes maior que o CO₂ em um período de 100 anos.
  • O metano é liberado na atmosfera principalmente quando a água passa pelas turbinas e vertedouros da usina.

Casos mais críticos

  • Hidrelétricas na Amazônia, como Balbina (Brasil) e Petit-Saut (Guiana Francesa), tiveram emissões extremamente altas devido à grande quantidade de vegetação submersa e às condições climáticas tropicais.
  • Estudos indicam que algumas dessas usinas podem emitir mais gases de efeito estufa por unidade de energia gerada do que algumas termoelétricas a carvão.

Mas isso vale para todas as hidrelétricas?

Não necessariamente. O impacto depende de fatores como:
✅ O tamanho do reservatório (usinas a fio d’água, que não criam grandes lagos, emitem muito menos).
✅ A quantidade de biomassa inundada (menos vegetação submersa, menor emissão).
✅ O clima da região (áreas tropicais tendem a gerar mais metano).

Conclusão

  • Hidrelétricas em regiões tropicais e com grandes reservatórios podem, sim, emitir tantos gases de efeito estufa quanto algumas termoelétricas.
  • Em regiões de clima temperado e com reservatórios menores, as emissões são bem menores, tornando as hidrelétricas uma fonte de energia relativamente mais limpa.
  • Hoje, há um debate crescente sobre a real sustentabilidade das grandes hidrelétricas, e alternativas como energia solar e eólica têm ganhado mais destaque como opções realmente limpas.

Comentários

  1. Hoje, há um debate crescente sobre a real sustentabilidade das grandes hidrelétricas, e alternativas como energia solar e eólica têm ganhado mais destaque como opções realmente limpas.

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