No contexto brasileiro, algumas espécies migratórias de cetáceos apresentam maior risco de declínio populacional devido aos efeitos do aquecimento das águas oceânicas e à consequente alteração na disponibilidade de alimento, padrões migratórios e degradação de habitat. É importante focar nas espécies mais vulneráveis, considerando seu grau de especialização alimentar, dependência de rotas migratórias e sensibilidade ecológica.
Baleias
1. Baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae)
Migração: Sai da Antártida e vem ao Brasil para reprodução, especialmente no litoral da Bahia (Abrolhos) entre julho e novembro.
Risco: Alta dependência de krill na Antártida, que está em declínio com o aquecimento das águas polares.
Impacto esperado: Redução da taxa reprodutiva por menor acúmulo de gordura, necessário para suportar o jejum durante a migração.
2. Baleia-franca-austral (Eubalaena australis)
Migração: Migra para o sul do Brasil (SC e RS) para reprodução.
Risco: Afetada pelo declínio de zooplâncton e outros pequenos crustáceos.
Impacto esperado: Mudança nas rotas migratórias e possível deslocamento para águas mais frias.
Golfinhos
3. Golfinho-pintado-do-Atlântico (Stenella frontalis)
Distribuição: Litoral do Nordeste ao Sudeste, com comportamento migratório parcial.
Risco: Alta sensibilidade a mudanças na disponibilidade de pequenos peixes pelágicos.
Impacto esperado: Mudanças de distribuição e redução de grupos em áreas costeiras.
4. Golfinho-rotador (Stenella longirostris)
Distribuição: Comum no Nordeste, especialmente Fernando de Noronha.
Risco: Alterações no comportamento alimentar e padrões de agregação social com mudanças ambientais.
Impacto esperado: Redução de avistamentos e possível deslocamento para águas mais profundas.
Botos
5. Boto-cinza (Sotalia guianensis)
Distribuição: Toda a costa brasileira, mas não migratório de longa distância.
Risco: Altamente vulnerável por ser costeiro, ou seja, mais exposto à poluição, aquecimento costeiro e perda de habitat.
Impacto esperado: Declínio populacional em áreas urbanizadas e estuarinas, como Baía de Guanabara, por combinação de aquecimento e poluição.
Os cetáceos — baleias, golfinhos e botos — estão entre os organismos marinhos mais impactados, direta e indiretamente, pelo aquecimento das águas oceânicas. O grau de vulnerabilidade deles é alto, e essa vulnerabilidade se manifesta de diversas formas, principalmente por causa da sua dependência de cadeias alimentares complexas e sensíveis a mudanças de temperatura. Vamos por partes:
|
Fator de Risco | Vulnerabilidade dos Cetáceos |
---|---|
Redução de presas (peixes/krill) | Alta |
Mudança de habitat e migração | Alta |
Estresse térmico | Moderada a Alta |
Doenças e poluição | Moderada |
Reprodução e filhotes | Alta |
O grau de vulnerabilidade dos cetáceos é alto, e essa vulnerabilidade se manifesta por conta do aquecimento das águas oceânicas, de diversas formas: principalmente por causa da sua dependência de cadeias alimentares complexas e sensíveis a mudanças de temperatura.
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