A INTELIGÊNCIA HUMANA DEVE IR NA DIREÇÃO DE CONSTRUIR VIDAS EVITANDO A BANALIZAÇÃO DO MAL

 


O poder de destruição em massa está nas mãos de poucos, que podem usar a tecnologia para criar uma situação perigosa: um pequeno grupo pode afetar a vida de milhões, ou mesmo a sobrevivência da espécie. Isso, paradoxalmente, ocorre enquanto a maioria das pessoas vive em função de valores sociais relativamente pacíficos e colaborativos.

 A inteligência humana, aquilo que nos diferencia dos outros animais — capacidade de raciocínio abstrato, linguagem complexa, planejamento, imaginação —, possibilitou avanços extraordinários: ciência, arte, medicina, filosofia, porém, essa mesma capacidade criou também a engenharia da destruição. O paradoxo é que a inteligência não possui uma direção moral inata. Ela é uma ferramenta que pode ser usada para curar ou para matar, para criar pontes ou construir muros, para fomentar a paz ou fazer a guerra.

Sistemas políticos, econômicos e militares concentram poder de destruição em mãos de poucos, que podem justificar suas ações com ideologias, crenças ou interesses econômicos, sem necessariamente refletirem a vontade ou os valores da maioria da sociedade.

A inteligência humana pode evoluir para uma psicose generalizada, guiada pela vaidade e o poder autodestrutivo nas mãos de poucos. Hannah Arendt, filósofa alemã, ao estudar o nazismo, falou da "banalidade do mal": pessoas comuns, cumprindo ordens ou seguindo ideologias sem reflexão, podem se tornar agentes de atrocidades. Assim, indivíduos que em seu cotidiano são “de bem”, acabam envolvidos em sistemas que promovem sofrimento, discriminação ou violência, sem perceberem ou questionarem.

Esse fenômeno pode ser denominado: o mal praticado involuntariamente — quando, sob pressão de sistemas políticos, econômicos, culturais ou religiosos, o indivíduo age de maneira que contradiz sua própria moral.

O ser humano é, ao mesmo tempo, o criador do microscópio que descobre a cura, e da bomba que destrói cidades. O desafio da nossa época talvez seja garantir que a nossa capacidade de construir vida seja sempre maior do que a de destruí-la.   

Comentários

  1. A inteligência não possui uma direção moral inata. Ela é uma ferramenta que pode ser usada para curar ou para matar, para criar pontes ou construir muros, para fomentar a paz ou fazer a guerra.

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