Mitondriopatia (ou mitocondriopatia) é um termo médico que se refere a doenças causadas por disfunções nas mitocôndrias, as organelas celulares responsáveis por produzir energia (na forma de ATP) dentro das células.
Essas doenças podem ser hereditárias ou adquiridas, e envolvem mutações no DNA mitocondrial (mtDNA) ou, em alguns casos, no DNA nuclear que codifica proteínas mitocondriais.
Casos no Brasil
Sim, há casos documentados de mitocondriopatias no Brasil, embora muitas vezes subnotificados devido à complexidade do diagnóstico. Alguns centros médicos de referência — como os do Hospital das Clínicas da USP e da UFMG — realizam pesquisas e diagnósticos de doenças mitocondriais.
Apesar de raras, essas doenças estão sendo cada vez mais reconhecidas no Brasil com o avanço da genética clínica e da neurologia.
Consequências das Mitocondriopatias
As mitocôndrias estão presentes em quase todas as células do corpo, então os sintomas podem afetar vários órgãos e sistemas. As consequências dependem da mutação e dos tecidos afetados, mas incluem:
Sistema nervoso:
Epilepsia
Encefalopatia (alterações cognitivas)
Ataxia (falta de coordenação)
Paralisias
Músculos:
Fraqueza muscular progressiva
Intolerância ao exercício
Miopatias
Olhos:
Neuropatia óptica
Retinopatia
Coração:
Cardiomiopatia
Exemplo de síndromes mitocondriais:
MELAS (encefalomiopatia mitocondrial, acidose láctica e episódios semelhantes a AVC)
LHON (neuropatia óptica hereditária de Leber)
MERRF (epilepsia mioclônica com fibras vermelhas rasgadas)
Diagnóstico e Tratamento
Diagnóstico: envolve biópsias musculares, exames de sangue, ressonâncias, e testes genéticos.
Tratamento: atualmente é sintomático, pois não há cura. Pode incluir vitaminas como a coenzima Q10, L-carnitina e exercícios supervisionados.
Mitocôndrias, Energia e Doença
As mitocôndrias são as usinas de energia das células — produzem ATP a partir de carboidratos, gorduras e oxigênio. Elas também regulam morte celular (apoptose) e o metabolismo celular.
1. Desidratação mitocondrial e falta de combustível
As mitocôndrias dependem de água, oxigênio e substratos energéticos (como glicose, ácidos graxos e aminoácidos) para funcionar.
Quando há falta de nutrientes ou desidratação celular, a produção de ATP cai drasticamente.
Isso pode levar à disfunção mitocondrial, afetando tecidos de alta demanda energética (como cérebro, coração, rins e músculos).
2. Mitocôndrias e Câncer
O câncer está ligado a uma reprogramação do metabolismo celular.
Muitas células tumorais usam mais glicólise anaeróbica (fermentação da glicose) do que respiração mitocondrial, mesmo com oxigênio presente. Isso é chamado de Efeito Warburg.
A disfunção mitocondrial pode contribuir para isso, pois:
Diminui a capacidade de controlar a morte celular (apoptose);
Cria um ambiente favorável à proliferação descontrolada;
Gera mais radicais livres (ROS), que causam mutações no DNA.
Portanto, sim: mitocôndrias disfuncionais estão associadas ao desenvolvimento e progressão de diversos tipos de câncer.
3. Falência de órgãos
Quando as mitocôndrias falham em fornecer energia, os órgãos mais afetados são os que mais consomem energia:
Coração → pode causar insuficiência cardíaca.
Cérebro → pode causar convulsões, atraso mental, coma.
Fígado → insuficiência hepática.
Músculos → fraqueza, intolerância ao exercício.
Rins → perda da função renal.
A longo prazo, essa falência energética leva à degeneração celular e, eventualmente, à falência orgânica.
Conclusão
Sim, mitocôndrias desidratadas ou sem substrato energético (como glicose e oxigênio) podem provocar sérios danos celulares, falência de órgãos e favorecer o surgimento de câncer, especialmente quando essa condição persiste ou se associa a mutações genéticas.
há casos documentados de mitocondriopatias no Brasil, essas doenças estão sendo cada vez mais reconhecidas no Brasil com o avanço da genética clínica e da neurologia.
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