A ASTROBIOLOGIA AVANÇA NA INVESTIGAÇÃO DE BIOSSINAIS DE VIDA FORA DA TERRA.


Há bastante atividade recente em exobiologia/astrobiologia, e sim — houve avanços interessantes, embora não haja (ainda) confirmação de vida extraterrestre microscópica Acompanhe o panorama atualizado dos principais achados, das evidências mais fortes, e dos desafios que permanecem:

Marte — vestígios de possível vida antiga

  • A sonda Perseverance coletou amostras de uma rocha (apelidada “Cheyava Falls”) em Jezero Crater. Essa rocha sedimentar de lago antigo contém minerais como vivianita (fosfato de ferro) e greigita (sulfeto de ferro) que, na Terra, comumente se associam com atividade microbiana em ambientes com água. 

  • Também se viram manchas (“leopard spots”) e traços de material orgânico no interior da rocha, bem como evidências de que água fluiu por veios na rocha.

  • Estes achados são interpretados como biossinais potenciais, mas não provas definitivas de microrganismos. É sempre possível que processos abióticos expliquem parte das características.

Exoplanetas — água, atmosferas “ricos em moléculas”, mundos aquáticos

  • Exoplanetas como K2-18 b têm sido objetos de estudo intenso. Em K2-18 b, o telescópio Webb detectou metano e dióxido de carbono, além de uma atmosfera rica em hidrogênio. Essas características combinadas sugerem que pode haver um oceano sob a atmosfera espessa – trata-se do conceito de “Hycean planet” (planeta oceânico com atmosfera densa de hidrogênio).

  • Outro exemplo recente é o exoplaneta TOI-421 b, onde foi detectado vapor de água, além de sinais possíveis de CO e SO₂. 

  • Também há estimativas de que certos exoplanetas sejam “mundos de água” — planetas cujo volume/densidade sugerem que uma fração significativa de sua massa seja água em vez de rocha pura. Exemplos: Kepler-138 c e d. 

Ambientes extremos na Terra — modelo para exobiologia

  • Descoberta de microrganismos vivos dentro de fissuras de rochas com 2 bilhões de anos no Bushveld Igneous Complex, África do Sul. Essas comunidades sobrevivem em ambientes isolados, sem luz solar direta, usando poucos recursos, sugerindo que vida pode persistir em condições muito extremas. 

  • Outro exemplo: colonização microbiana em estrutura de impacto de meteorito (cratera Lappajärvi, Finlândia), associada a sistemas hidrotermais gerados pelo impacto. Acordo de datação isotópica permitiu ligar diretamente a atividade microbiana ao tempo após o impacto. 

Estrutura de água/existência de gelo em discos protoplanetários

  • Telescópio espacial James Webb (JWST) encontrou gelo de água no disco de detritos em torno de uma estrela semelhante ao Sol (HD 181327). Isso indica que, em sistemas planetários jovens, materiais que podem se tornar fontes de água (e possivelmente vida) estão distribuídos nos discos protoplanetários. 

Limitações, incógnitas e onde a evidência não é definitiva

  • Mesmo os casos mais promissores não confirmam vida — somente indicam condições em que a vida poderia surgir ou prosperar.

  • Muitos sinais que parecem “biossinais” podem também ter explicações abióticas: minerais formados por processos geoquímicos, reações químicas não biológicas, etc.

  • Detectar moléculas orgânicas (tipo metano, dióxido de carbono, etc.) não é o mesmo que detectar vida. É necessário discriminá-las de processos não biológicos, além de observar padrões que sejam dificilmente explicáveis sem a presença de organismos vivos.

  • Para exoplanetas, grande parte da inferência depende de espectros atmosféricos, densidade e modelos teóricos. Precisamos de observações mais conclusivas, melhor resolução espectral, repetição, exclusão de falsos positivos (ex., contaminação estelar, nuvens/hazes que mascaram dados, etc.).


Conclusão – o estado atual

A pesquisa não está estagnada. Pelo contrário, está passando por um momento ativo de descobertas, com telescópios muito mais sensíveis operando (como o JWST), novas missões em Marte, e maior refinamento nos métodos de biossensoriais. Há indícios mais fortes do que nunca de ambientes que poderiam ter abrigado vida, e de moléculas que são precursores ou associados à vida.

Mas até o momento, não há confirmação de vida microbiana fora da Terra.

Comentários

  1. Exoplanetas como K2-18 b têm sido objetos de estudo intenso, trata-se do conceito de “Hycean planet” (planeta oceânico com atmosfera densa de hidrogênio).

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